O que esperar dos últimos dezoito meses de governo Primo?

24/06/2011 § Deixe um comentário

Até mesmos os mais otimistas dos otimistas sabem que não devem alimentar muitas esperanças de que algo de bom venha finalmente a ser realizado por essa administração em Buriticupu. Afinal de contas, já se foram seis anos e meio de roubalheiras, perseguições e maldades de todos os tipos praticados pelo prefeito municipal contra essa população. Não será agora, quando o senhor prefeito já obteve todas as “conquistas pessoais” que almejava quando se candidatou pela primeira vez, que o mesmo vai mudar o seu modo de agir.
O que a população deve fazer é tentar sobreviver durante esses dezoito meses restantes, o que, sabemos, não será uma tarefa fácil. Mas, como prêmio de consolação, os cidadãos de Buriticupu saberão que dentro desse período de provações que os esperam  terão a chance de refazer os erros que cometeram e que colocaram o município na situação que se encontra.
Não é difícil acreditar que os buriticupuenses irão às urnas em 2012 com um forte impeto por mudança. Continuar como está, não dá! É hora de tentar melhorar a situação desse povo, e só quem pode fazer é o próprio povo.
O prefeito Primo nunca demonstrou nenhum compromisso com o bem da sociedade. Durante sua gestão “afundou” o município, enriqueceu ilicitamente, corrompeu pessoas, além de ter usado o dinheiro do povo para eleger, através da compra de votos, sua esposa a deputada estadual. Foi após a posse desta, inclusive, que o senhor prefeito resolveu abandonar literalmente o município, passando a morar na cidade de São Luis, vindo a Buriticupu apenas de maneira esporádica.
Não é dessa maneira e nem com esse tipo de gente no comando de um município que se constrói uma sociedade livre das injustiças sociais. Está mais do que na hora de dar um basta a tamanho descalabro. E só há uma maneira disso ser feito: votando consciente.

O Lixo

14/06/2011 § Deixe um comentário

Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de  lixo. É a primeira vez que se falam.

 Bom dia…

– Bom dia.

 – A senhora é do 610.

 – E o senhor do 612

 – É.

Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente…

– Pois é…

Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo…

 – O meu quê?

– O seu lixo.

– Ah…

– Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena…

– Na verdade sou só eu.

Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.

 – É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar…

Entendo.

 – A senhora também

Me chame de você.

– Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim…

É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra…

– A senhora… Você não tem família?

Tenho, mas não aqui.

– No Espírito Santo.

Como é que você sabe?

– Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.

É. Mamãe escreve todas as semanas.

– Ela é professora?

Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?

– Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.

O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.

– Pois é…

No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.

– É.

Más notícias?

– Meu pai. Morreu.

Sinto muito.

– Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.

Foi por isso que você recomeçou a fumar?

– Como é que você sabe?

De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.

– É verdade. Mas consegui parar outra vez.

Eu, graças a Deus, nunca fumei.

– Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo…

Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou.

– Você brigou com o namorado, certo?

Isso você também descobriu no lixo?

– Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.

É, chorei bastante, mas já passou.

– Mas hoje ainda tem uns lencinhos…

É que eu estou com um pouco de coriza.

– Ah.

Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.

– É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.

Namorada?

– Não.

Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.

– Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.

Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.

– Você já está analisando o meu lixo!

Não posso negar que o seu lixo me interessou.

– Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.

Não! Você viu meus poemas?

– Vi e gostei muito.

Mas são muito ruins!

– Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.

Se eu soubesse que você ia ler…

– Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?

Acho que não. Lixo é domínio público.

– Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?

Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que…

– Ontem, no seu lixo…

O quê?

– Me enganei, ou eram cascas de camarão?

Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.

– Eu adoro camarão.

Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode…

– Jantar juntos?

– É.

– Não quero dar trabalho.

Trabalho nenhum.

– Vai sujar a sua cozinha?

Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.

– No seu lixo ou no meu?

(O LIXO, texto de Luis Fernando Veríssimo)

O texto de Luis Fernando Veríssimo mostra como é possível conhecer os traços de uma pessoa ou uma sociedade analisando aquilo que ela consome. A famosa frase já diz: “você é o que você come”. No caso do texto o autor quis dizer: “Tudo o que você é está no lixo que você produz”.

Fato semelhante acontece em Buriticupu. O forasteiro que aqui chega não precisa perguntar para o buriticupuense como trabalha o prefeito deste município. Mesmo nunca o tendo visto, pode perfeitamente tirar muitas conclusões a respeito dele apenas analisando o lixo da cidade. Não dá para uma pessoa que nunca havia estado antes em Buriticupu dizer que o prefeito municipal é uma pessoa honesta, trabalhadora, preocupada com as necessidades da população, se a primeira visão que tem da cidade é de pilhas e mais pilhas de lixos espalhadas por toda as esquinas. O lixo de Buriticupu mostra para as pessoas de fora o prefeito que nós temos.

Vale dizer que a simples coleta do lixo nas ruas não é um fim em si mesmo. Não adianta apanhar o lixo e o descartar inadequadamente em qualquer lugar. Faz-se necessário um despejo correto dos resíduos sólidos da cidade. O que vem gerando revolta na população é o fato de que além de incentivar a prática dos lixões, o senhor prefeito ainda faz questão de fazê-los dentro da cidade, como é o caso do que foi feito ao final da rua da Independência e o que está acontecendo agora, onde o lixo recolhido é simplesmente jogado em um terreno que o município, a princípio, teria doado a uma associação comercial da cidade, próximos a residências e estabelecimentos comerciais.

No texto acima, o final é feliz para os protagonistas. Foi devido ao lixo que o casal se aproximou e terminou estreitando sua relação. Será que o mesmo acontecerá em Buriticupu? Será que, a partir do lixo espalhado na cidade a população passará a agir, ao invés de fazer vista grossa para tanto descaso? Esperamos que sim.

Comentários enviado ao senhor Eduardo Guilhon

23/05/2011 § 2 Comentários

O blog “Acorda Buriticupu!” resolveu postar no blog www.dreduardoguilhon.blogspot.com  o comentário abaixo reproduzido, dirigido ao blogueiro Eduardo Guilhon:

“Senhor Eduardo, gostaria de esclarecer uma questão: O post “Um senhor puxa saco” foi publicado originariamente no blog WWW.ACORDABURITICUPU.WORDPRESS.COM. Não estamos aqui fazendo nenhuma crítica ao amigo L. Silva, até mesmo porque os dois blogs trabalham em colaboração. O “Acorda Buriticupu” fica até muito feliz em ver seus posts publicados no blog mais visitado de Buriticupu.
O que gostaria de ressaltar é que a ideia de fazer o referido post partiu do momento em que o seu nome, senhor Eduardo, passou a figurar de maneira rotineira na “boca do povo”. O autor do post, particulamente,não o conhece pessoalmente, com excessão do dia em que o viu ministrando a palestra mencionada no final do post.
Vai aqui um alerta,senhor Eduardo, o que, aliás, é a intenção do post: que você passe a usar todo o seu conhecimento adquirido durante anos de estudo, e até durante a vida, e analise melhor suas atitudes. Pois, pelo que temos visto ultimamente, você tem tudo para se tornar a pessoa mais sem credibilidade nesta cidade.
Você tem todo o direito de defender suas ideias e opiniões, mas faça isso sem extropolar o limte do bom senso. Pois, senão, sua fama de puxa saco continuará crescendo na cidade.
Um abraço.
‘Acorda Buriticupu!'”

Este blog não quer, com o post publicado nem com o comentário acima descrito, fazer uma crítica ao fato de alguém defender publicamente suas ideias e opiniões. Afinal, “vivemos em uma democracia” que permite a liberdade de expressão. A intenção foi apenas sugerir, de maneira implítica, claro, ao senhor Eduardo Guilhon, que analise melhor suas atitudes; que expresse sim suas ideias, mas de madeira com que isso não pareça mais um deboche para com essa tão humilhada população de Buriticupu.

Merenda escolar com sabor de corrupção.

21/05/2011 § Deixe um comentário

MINHA TERRA TEM BURACOS

21/05/2011 § Deixe um comentário

Minha terra tem buracos
Onde meu pneu pode estourar
As valas que vivem cheias
…Parecem que ficam a me mirar

Nosso asfalto tem mais crateras
Nosso céu não tem mais cores
Nosso estado é de miséria
A miséria dos horrores

Ao resmungar sozinho de dia
Mais um buraco encontro eu lá
E sentado no chão quente
Fico a espera do borracheiro chegar

Minha terra tem amores
Só não sei onde foi parar
A resmungar sozinho, de dia
Lá vai mais em um buraco eu entrar
Minha terra tem descaso
Porque o “PRIMO” manda lá.

Não permita Deus que eu morra
Sem ver minha terra melhorar
Sem que eu desfrute das belezas
Deste meu sofrido lugar
Pra que eu possa admirar as palmeiras
Sem ter uma vala a me esperar.

(Texto de Rosalice Guterres)

(Adaptado por “Acorda Buriticupu”)

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